dezembro 31, 2009

inconstância

Vivo, vivo como se um dia fosse olhar para trás e questionar as coisas trazidas comigo até aquele momento.
Com certeza, levarei muitas palavras e gestos de pessoas que passaram um dia por mim. Palavras essas, sinceras ou não (isso nunca vou saber), palavras duras, mas que surtiram efeito por vezes imediato, palavras que me serviram de consolo, conselho e gestos que valeram por qualquer uma dessas palavras. Uma vez ouvi dizer sobre meu bloqueio para mostrar o que sinto, e que vem daí a maior dificuldade de se conviver comigo por muito tempo, e pensando bem, pode ser que isso faça sentido. Talvez eu realmente devesse perder meu medo de ser o que sou
e não mais procurar respostas para o sentir, apenas fazê-lo. Mas vivo, vivo ainda com a incerteza do que me aguarda.
Por enquanto vivo calmaria, mas não descarto a hipótese de viver em águas perturbadoras (mas quero que não), e se um dia meu oceano de emoções transbordar, espero não afogar ninguém comigo. Vivo, vivo com medo e sem chão, mas vivo de sorriso, sorriso esse que esconde minha tristeza para o mundo, me fazendo sobreviver em meio a tanta contradição. Vivo das minhas alegrias, momentâneas ou não, mas aquelas guardadas com cuidado por me fazerem bem.
Vivo dos que me cercam, mas sou capaz de afirmar que em relação a amor, o mais sincero de todos é o de mãe, e a única pessoa em que posso confiar inteiramente sou eu mesma. Seria esse o preço a pagar por gostar de viver?

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