março 09, 2011

24/12/2010 - 06:00

Um fio de luz atravessou aquela porta incolor e desviou.
A chuva não cessa, minha lanterna agora encontra-se fraca, diferente daquele fiozinho iluminado ainda ali presente.

Essas obscuridades, não tão profundas ou obscuras assim, me assustam. Roubam minhas idéias e, com elas, meu sono se esvai. Eu penso, reflito, sonho acordada, mas de que adianta? Eu me embebedo de ilusões por elas me fazerem sorrir, mas, e enquanto a minha realidade? É duro viver preso, atrelado à ela. Você quer ser livre?
Cuidado, você pode ser atendido.

Vou acabar vivendo de café e papéis escritos, enquanto lá fora o dia segue nascendo, com chuva, luz e meus sonhos desatentos,
dia mergulhado num oceano de partidas, falsas promessas e amores florescendo, feliz por encontrar uma razão para nascer mais uma vez.

março 08, 2011

quase

num passado pensante, andante,
andou sem ver, tropeçou no fim do mundo e desapareceu.
acordou insano, paisagem desmoronando e um rosto lhe observando.
correu e caiu,
levantou e sorriu.
percebeu ser em vão mas, cadê seu chão?
só paredes, só teto, mas o chão não lhe cabia mais nos pés.
sentou e suspirou,
deitou e dormiu.
acordou cansado, desmemoriado, cheio de nada.
foi então que deu um soco no ar, desistiu de gritar
e pegou suas coisas pra fugir daquele lugar.