outubro 31, 2010

alô som

primeiro teste. ♫




The Boxer Rebellion - Broken Glass (!!!!!)
Katie Herzig - Songbird
Band of Skulls - Cold Fame (bonita/triste)
Georgie James - Places
Sara Radle - Song For Adam
Superchunk - Digging For Something (legal)
She & Him - In the Sun (!!!!!)
Florence and the Machine - Kiss With a Fist (animadinha)
The Temper Trap - Love Lost (!!!!!!!)
Buffalo Springfield - For What It's Worth (60's)
Stealers Wheel - Stuck In the Middle With You (70's)

outubro 28, 2010

uma memória a mais

Foi bom. Eu tinha saudade daquela sensação, daquele abraço que, sem dúvida, dispensou qualquer palavra, mesmo parecendo ter dito por si próprio: caramba, que saudade.
Fixei os olhos naquela face que não mudara em nada, mesmo depois de tanto tempo.
O sorriso era o mesmo, o toque era o mesmo. Mil e uma coisas passaram pela minha cabeça e meu mundo real pareceu sumir. Não foi muito tempo, foi só o suficiente pra aumentar uma certeza recolhida a qual eu insistia em negar, infelizmente.
Num segundo momento, outra sensação, dessa vez mais intensa. Agora eram duas, três mil coisas passando pela minha cabeça. Foram pouco mais de duas horas num universo paralelo, o tempo não poderia passar, ah! me deixa ficar um pouco mais com você.. E de fato, por mim, viveria dias e dias naquele sofá, numa madrugada infinita, sem fome, sem frio, sem falta. Eram movimentos milimétricos, insignificantes, mas carregados de ansiedade e agitação interna, tudo timidamente feito em silêncio, com o único propósito de um sentir-se mais próximo do outro. E tão próximo que, a certo ponto, parecíamos estar no limite entre aquilo que fomos um dia para o que somos hoje.
Minha mão caminhava sobre seu rosto e, propositalmente, sua boca. Tudo o que se ouvia entre aquela mínima distância era respiração. As respirações se cruzavam, pareciam dançar naquele limite já quase extravasado, e assim passou o minuto mais longo daquele dia, daquela semana, daquele mês. E quando o ápice não supriu mais o momento, sua boca sutilmente encontrou a minha. Seu beijo também não mudara, seu jeito não mudara, éramos um só.
Éramos.
E fomos assim por mais um instante, até me despedir.
Fixei os olhos naquela face pensativa tão conhecida por mim. O que foi? O que aconteceu? Eu já sabia a resposta. Era outra despedida, mas sem data para (im)prováveis reencontros. E enquanto machucava nele, igual feria a mim. É, mais um abraço para meu acervo pessoal de últimos abraços. A diferença foi ele ter vindo junto daquilo que sempre gostei de ouvir. Aliás, minto, isso fora apenas consequência. A real diferença foi ter vindo com uma imensa interrogação, com significados um tanto perdidos. Mas mesmo com os olhos vendados e os pensamentos alheios, havia ali algo especial. Havia ainda alguma coisa que, ao contrário de nós, não mudara.
O duro era saber que todo aquele sentimento, por mais forte e maior que fosse, não nos faria passar daquele ponto. Não era mais possível viver o que tanto insistimos em viver. Nossa hora passou.

E no meio daquilo tudo, o único motivo de me fazer partir, foi a certeza de que aquele amor seria eterno,
para nós dois.

outubro 17, 2010

versos versus versos

meus versos caminham com os teus, atrelados,
e neste compasso me banho em teu brando pensamento,
que em nenhum momento ficara preso, voou livre como um pássaro,
batendo asas ao acaso, melindroso
e à mercê de encontrar um novo amor;

por tão sedento de liberdade,
teu pensamento me atropelou,
e, enquanto disperso me banhava, teu verso me afogou,
e eu, que não sabia voar, entrei em contradição,
meus versos, agora descompassados, caminham escassos,
não sabem falar, não sabem o que é chão.

meus versos caminham sem os teus, inconformados,
e neste descompasso me perco, vendo teu pensamento contrário,
que a todo momento seguiu ao meu lado,
junto a versos oblíquos, dissimulados,
e penso, malditos versos próprios, os teus.

se não tivessem me afogado,
veriam eu,
que só queria versificar-te um novo amor.

por eduardo e b.

outubro 02, 2010

não to

cadê meu chão?
meu chão sumiu, sumiram os tacos de madeira, os sofás, as paredes, todo o alicerce.
cadê minha lágrima?
ela parecia tanta que se juntou até virar nó, virou nó no peito, na garganta, virou nó e não quer sair.
sai de mim, lágrima, não to afim de sofrer por nada hoje;