novembro 23, 2009

de gotas partidas

E ela continua a cair,
fazendo formas, gerando impulsos, molhando corações.
Mescla-se com o chão, fazendo dele uma bandeira que o vento pode moldar com sua passagem.

Parece brava, parece gritar e discutir a medida que sua força aumenta,
como se dissesse:
"Olhem pra mim!"
No entanto, parece branda, parece desatenta e chorosa em sua calmaria.
Agora já quase não fala.
Apenas chora, sozinha, se contentando com seu vão apelo.
Pode ser que se sinta triste por saber ser passageira.
Só queria ser mais presente,
só queria ser notada.
E depois de tanto discutir, morreu num último suspiro, que se fez em gotas.
O chão, antes uma bandeira viva,
agora não passa de chão.
E a chuva acabou por ir embora,
sem seu pouco de atenção.

novembro 19, 2009

um dois três cinco

Cara, confesso, às vezes a gente precisa desabafar. Tanta coisa passa pela minha cabeça atualmente que nem sei, misto de confusões, sentimentos (in)certos, pressões, problemas, enfim, coisas boas também, claro.
Sabe quando a gente precisa daquele momento de recolhimento pessoal? Se voltar para SUAS questões, pra você especificamente; acho que preciso dar uma atenção extra a alguém: eu mesma. Vou viajar esses dias, vou ficar umas boas horas dentro de um ônibus sozinha, e juro, gosto dessa idéia de passar um tempo na estrada, a noite, podendo deixar fluir pensamentos, organizar sentimentos e, talvez, tentar expressar tudo em palavras concretas. Pode ser exagero meu, mas ando me sentindo tão sobrecarregada ultimamente.. maldito fim de ano! Falando nisso, passou tão rápido esse ano, preciso fazer uma retrospectiva bem escrita antes que 2010 chegue. :B
Falando em 2010, tenho boas perspectivas pra esse ano. Talvez porque vai ser oficialmente meu último ano na escola - na verdade não sei se me sinto feliz com essa idéia - talvez porque eu tenha que tomar decisões que possam mudar minha vida pra sempre ou talvez porque eu sinta nascer um desejo maior de querer realizar minhas vontades. Sério, essa é a parte chata, porque tenho muitos impedimentos pra poder correr atrás disso tudo. E quais seriam minhas vontades? Ah, romper fronteiras, literalmente, mas oscilando entre sair por aí com um rumo e encontrar o que tanto procurei e sair por aí sem rumo, por um tempo. Não só a idade, mas as condições atuais ainda me obrigam a seguir as normas do adolescente - é, nao passo de uma garota de 16 anos e meio - e não há nada que possa ser feito sobre isso.
Mesmo assim, espero muita coisa de 2010, mas também estou aqui esperando a hora que a pressão dobrará, que a carga triplicará e que minha necessidade de desabafar seja muito mais freqüente (eu gosto do trema, beijos).

Ah,
(que besteira isso tudo, tsc) falei falei falei e não disse nada, mas tudo bem, era só um desabafo inesperado que brotou dos meus dedos;
e ainda vou desistir dessas tentativas frustradas de textos bons, juro! =(

Agora eu preciso ir ali tomar um suco de maracujá e um remédio pra gripe, beijos.

novembro 17, 2009

breve pedido

Quero um amor pra chamar de meu.
de meu. Quero um amor pra chamar
pra chamar de meu. Quero um amor

Pedidos perdidos,
confusos e partidos,
cheios da ausência de quem perto nunca esteve.

novembro 14, 2009

coração cego

Ele fechava os olhos para o óbvio;
agia como se nada soubesse,
como se tudo estivesse normal,
e no misto de auto-censura, covardia e descrença,
perdeu aquela que mais lhe deu valor.
E o pior: sem se dar conta de nada.

novembro 08, 2009

sem título

quis o mar, roubou.
quis o sol, nublou.
quis chorar, chorou.
chorou seu mar em lágrimas de sal.