dezembro 31, 2009

inconstância

Vivo, vivo como se um dia fosse olhar para trás e questionar as coisas trazidas comigo até aquele momento.
Com certeza, levarei muitas palavras e gestos de pessoas que passaram um dia por mim. Palavras essas, sinceras ou não (isso nunca vou saber), palavras duras, mas que surtiram efeito por vezes imediato, palavras que me serviram de consolo, conselho e gestos que valeram por qualquer uma dessas palavras. Uma vez ouvi dizer sobre meu bloqueio para mostrar o que sinto, e que vem daí a maior dificuldade de se conviver comigo por muito tempo, e pensando bem, pode ser que isso faça sentido. Talvez eu realmente devesse perder meu medo de ser o que sou
e não mais procurar respostas para o sentir, apenas fazê-lo. Mas vivo, vivo ainda com a incerteza do que me aguarda.
Por enquanto vivo calmaria, mas não descarto a hipótese de viver em águas perturbadoras (mas quero que não), e se um dia meu oceano de emoções transbordar, espero não afogar ninguém comigo. Vivo, vivo com medo e sem chão, mas vivo de sorriso, sorriso esse que esconde minha tristeza para o mundo, me fazendo sobreviver em meio a tanta contradição. Vivo das minhas alegrias, momentâneas ou não, mas aquelas guardadas com cuidado por me fazerem bem.
Vivo dos que me cercam, mas sou capaz de afirmar que em relação a amor, o mais sincero de todos é o de mãe, e a única pessoa em que posso confiar inteiramente sou eu mesma. Seria esse o preço a pagar por gostar de viver?

dezembro 23, 2009

Your tracklist

Sempre existe aquela hora que precisamos pensar numa palavra que resuma o momento. Porém, às vezes, uma música acaba indo além do superficial "ouvir música" e transforma esses momentos em raros. Momentos esses que variam de intensidade, oscilando entre papéis de maior e menor importância na nossa memória.
Além disso, uma música é capaz de definir características pessoais importantes, como se fizesse um resumo (muito) bem feito de alguém. Portanto, pense: você é o que você ouve.
Pode ser um misto de samba e solidão, clássica e paixão, rock e exaustão, não importa. Pode ser que voce esteja em casa sozinho, num bar com amigos, ou por aí, só pelo fato de estar, mas aquela melodia sempre virá, mesmo morrendo num assobio ou mesmo nascendo no próprio canto.
Não só por ser música, mas ela acaba agindo como um calmante. Quantas vezes, num limite psicológico extravasado, já não deitei no sofá, coloquei meus fones e me mudei para outra dimensão, esquecendo de tudo e todos? E posso afirmar, isso funciona de um jeito até estranho, de tão instantâneo.
Engraçado, também, é pensar como é automático associarmos certas músicas a certas pessoas. Não adianta negar, eu, você e todo o resto do mundo temos pelo menos uma canção para recordamos alguém. E o pior (ou melhor) é que essa pessoa fez parte da sua vida de um jeito bastante significativo, mesmo freqüente ou não.
Mas o negócio é que a música é a unica coisa que consegue tocar a alma até daquele que se diz mais frio. Ela se faz presente, mais do que imagina, agindo como consolo, agindo como conselho, agindo por agir.
Qual a trilha sonora da sua vida?

dezembro 01, 2009

que seja

Que me diga o certo na hora errada,
que me implique, me faça irritada,
que me deixe sozinha quando estiver amargurada.
Que discorde dos meus atos e que me critique,
mas tudo com a intenção de me fazer crescer.
Que me acolha quando eu me sentir uma frágil criança,
que me deite na cama e cante um silêncio.
Que se entregue de corpo e alma, assim como eu,
e que me faça feliz com as coisas mais simples de uma vida.

E se nada disso puder fazer, então peço apenas que me ame.