Cadê a lágrima partida por baixo do véu?
Separou, ô saudade daquele amor, ô minha tristeza que você deixou,
ô, cadê meu interior?
Esse samba tocou e me entristeceu. Me fez ver vento onde nem moinho tinha;
vi ele carregando folhas coloridas de cereja por toda aquela neblina.
Eu sentia, eu chorava, eu pedia, implorava.
E como num púlpito, diante de uma platéia verde e cinza, palpitava-me um soluço oculto e de vorticidade intensa na minha garganta.
Aquelas folhas verdes iam para leste do meu ponto tão sul.
Aquelas folhas verdes iam para leste do meu ponto tão sul.
Não me interessava.
Meu deus, cadê a árvore colorida dos meus olhos de mel?
Meu deus, cadê a árvore colorida dos meus olhos de mel?
Aí eu vi.
A norte, uma árvore nua.
A norte, uma árvore nua.
A sul, eu.
Árvore,
eu.
Folhas e vento,
árvore e eu.
Folhas da minha árvore colorida,
galhos secos,
eu.
Folhas crocantes,
árvore morta,
eu
e meus olhos que nem abelha queria mais.
e meus olhos que nem abelha queria mais.
Então, acabei descobrindo que meu maior pecado foi chorar por aquele amor infértil as águas que trariam à vida minha árvore de mel.
Nenhum comentário:
Postar um comentário